segunda-feira, 11 de junho de 2012


  p.s Amooor quero uma foto do nosso Arthurzinho assim *---* ount

Quando eu tiver um filho...

Quando eu tiver um filho tudo o que é meu será dele. Meu carro será dele, minha casa será dele, meus olhares serão dele, meu sorriso, meu carinho, meu coração, minha família, minha vida. Mas, mais que isso, a vida dele será dele.

Quando eu tiver um filho vou ensiná-lo a jogar futebol sem medo de ralar os joelhos. Vou ensiná-lo a chutar com a perna esquerda – canhotos são mais habilidosos, pelo menos eu acho. Vou ensiná-lo a torcer fervorosamente pelo meu time, vou vesti-lo com o manto alvinegro, vou levá-lo ao estádio. Mesmo que com sete ou oito anos ele mude para o time rival, para o time da moda, ou para o time da mãe.

Bicicleta, vídeo-game, ‘piquesconde’, bolinhas de gude, futebol de botão... Vou ensinar tudo o que eu souber e o que eu não souber.

Vou ensiná-lo a ser rock’n’roll. Vai tocar guitarra, violão, bateria... E se, depois, ele preferir o bandolim e o pandeiro de couro, tenho certeza que fará a melhor combinação de sons harmônicos e melódicos de todo o mundo, ao menos para mim. Eu sambarei ao som do meu filho.

Quando eu tiver um filho vou ensiná-lo a andar, vou deixá-lo cair, e mostrar que nem sempre isso é ruim. “Há males que vêm para o bem”, diz o ditado. Vou ensiná-lo a se levantar, e se ele não conseguir, eu mesmo o levantarei, o carregarei, até onde minhas pernas e meus braços aguentarem.

Quando eu tiver um filho o darei tudo o que precisar... Quando ele precisar de um abraço, eu darei. E se ele precisar dos meus abraços, eu darei. Se ele precisar de braços eu darei os meus. Darei minhas pernas, minha cabeça, todos os meus órgãos. Hoje mesmo eu daria minha vida por ele.

Só não darei minhas tristezas. Não transferirei meus traumas, minhas deficiências. Não deixarei que ele veja minhas cicatrizes e não farei as mesmas marcas nele.

Eu o deixarei viver, sorrir, correr, pular, cantar e deixar o quarto ao seu próprio modo. Vou deixar que ele tenha as próprias escolhas.

Eu também o deixarei partir, se assim quiser. Mas nunca o direi para ir. Nunca o direi para ir. Nunca o direi para ir. Nunca o direi para ir. Nunca o direi para ir. Nunca o direi para ir. Nunca o direi para ir. Dói muito mais do que ralar os joelhos.

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